quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Para a Flávia.

Primeiro de tudo, devo-te a vida. Sim. A minha mãe não queria ter mais filhos, depois do meu avô morrer. Mas quando nasceste, a minha mãe gostou tanto dos teus grandes olhos pretos, que mudou de ideias.
Isto significa que te conheço há dezanove anos e não desde os seis anos, como uma amiga de escola. Início de infãncia passada ao teu lado, em Lapela, quase uma segunda terra para mim. Em tua casa, nos baloiços à beira da estação de comboio, no rio... A visita tradicional na Segunda-feira de Páscoa para beijar a cruz (daquela vez que lhe puseram perfume... pfff...). As noites de Verão, nos torneios de futebol. Noites bem passadas: 'Precisas de uns óculos? Olha que eu tenho aqui os meus!'; 'Lá vão eles pó bar!'; 'Tás a olhar pa onde? Eu não te tenho medo!'. E é que no fim, a nossa equipa não foi campeã!
Os anos passaram, a amizade perdurou... A ajuda e os conselhos para os trabalhos da escola! A que ia ser a minha ida para o Secundário para Monção, mas que não aconteceu. Estiveste sempre lá.
Este ano que passou: as viagens de comboio (Valença <-> Porto) com os seus episódios característicos (a velha que entrava em Nine aos berros para sair em Barcelos à Sexta-feira!!); quando esperavas por mim para ir no comboio das 17:55, podendo ir mais cedo... O dia 23 de Abril deste ano, dia do meu aniversário, que se não fosse por ti, o tinha passado sozinha no Porto... A Monumental Serenata '09 do Porto (madrinha que me traçou a capa), o concerto do Pedro Abrunhosa na Queima das Fitas...
Momentos únicos e para a eternidade.
Cumplicidade nos sorrisos, apoio constante, problemas superados e por superar...
Por tudo isto, nunca te esquecerei Flávia. E como a frase que me disseste há pouco: "os amigos vão até ao fim da terra para encontrares o que precisas". És uma dessas amigas.

És um dos meus 'sapatos vermelhos'.

domingo, 6 de setembro de 2009

A minha caixinha de maquilhagem.

Se me perguntassem há 6 anos atrás o que era rímel ou blush, provavelmente, não saberia dar uma resposta. Era muito desajeitada. Não me importava muito a maneira como me vestia, normalmente, andava de fato de treino; usava o cabelo curto e pouco me interessava se estava bem penteada ou não.
As coisas mudaram. Deixei crescer o cabelo, tenho sempre as unhas pintadas e tenho mais em conta aquilo que visto. E o mais importante: a maquilhagem. Não posso sair de casa se não tiver pintado, pelo menos, um risco preto por baixo dos olhos. Utilizo base, quando tenho a cara demasiado vermelha; sombra de olhos; rímel; blush… brilho para os lábios. Tenho duas caixinhas de maquilhagem com tudo o que é necessário, mais alguma coisa que outra solta.
Gosto do sábado à noite. É o dia no qual me esmero mais nesta difícil tarefa! Por norma, e quando tenho tempo, demoro cerca de uma hora para estar completamente preparada: cabelo e maquilhagem. Posso acabar rápido, mas é necessário sempre um retoque ali e acolá. E o cabelo nunca está bem.
Quando me maquilho é como se estivesse a pintar, livremente, com mil cores numa tela em branco.
A maquilhagem esconde as imperfeições. Dissimula as marcas das desilusões, as olheiras das noites mal dormidas, os olhos depois de chorar.
Sim, sou vaidosa. E com maquilhagem, sinto-me uma pessoa diferente.
(Post escrito com pouca inspiração, após ‘ter perdido os meus sapatos’ mais uma vez.)

I’ve really lost my shoes!


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Fim do dia

Esperei-te no fim de um dia cansado
À mesa do café de sempre
O fumo, o calor e o mesmo quadro
Na parede já azul poente

Alguém me sorri do balcão corrido
Alguém que me faz sentir
Que há lugares que são pequenos abrigos
Para onde podemos sempre fugir

Da tarde tão fria há gente que chega
E toma um café apressado
E há os que entram com o olhar perdido
À procura do futuro no avesso do passado

O tempo endurece qualquer armadura
E às vezes custa arrancar
Muralhas erguidas à volta do peito
Que não deixam partir nem deixam chegar

O escuro lá fora incendeia as estrelas
As janelas, os olhares, as ruas
Cá dentro o calor conforta os sentidos
Num pequeno reflexo da lua

Enquanto espero percorro os sinais
Do que fomos que ainda resiste
As marcas deixadas na alma e na pele
Do que foi feliz e do que foi triste

Sabe bem voltar-te a ver
Sabe bem quando estás ao meu lado
Quando o tempo me esvazia
Sabe bem o teu abraço fechado

E tudo o que me dás quando és
Guarida junto à tempestade
Os rumos para caminhar
No lado quente da saudade

(Mafalda Veiga)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coisas que me fazem chorar...

Após o post ‘Coisas que nos aborrecem no Verão’, surgiu-me a ideia de escrever sobre coisas que me emocionam, que me fazem chorar…

Vou começar (não está por ordem)…

º Quando vejo filmes ou fotografias, leio livros (ou qualquer artigo) ou oiço relatos de testemunhas da 2ª Guerra Mundial (mais precisamente da perseguição aos judeus)…

º Relacionado com o ponto anterior: quando li o ‘Diário de Anne Frank’ e me apercebi da pessoa extraordinária que ela foi… Das imensas semelhanças que tenho com ela… De que ela e as pessoas que viviam com ela no anexo secreto, à excepção do pai, Otto Frank, morreram nos campos de concentração pouco tempo antes de estes serem libertados (que por pouco, poderiam ter sobrevivido…)

º Mais uma vez relacionado… ouvir antigos integrantes das forças nazis (principalmente das S.S.) e de apoiantes do nazismo falarem com tanto desprezo de muitos seres humanos (é incompreensível!)

º E mudando… Quando oiço o Hino Nacional antes dos jogos de futebol da Selecção…

º Mais ainda, quando oiço o Hino Nacional, por um atleta ganhar uma medalha…

º Quando ouço ou vejo os golos do FCPorto na final da Taça UEFA ou da Liga dos Campeões…

º Quando vejo alguém na rua a pedir esmola e penso no que eles devem sofrer e na sorte que eu tenho…

º Quando vejo imagens de crianças e adultos subnutridos, que não têm nada… e penso na sorte que tenho, e que um dia irei ajudar essas pessoas…

º Quando vejo animais maltratados e questiono-me ‘como é que alguém pode fazer isto?’

º Quando falam de mim… quando me elogiam, porque penso que não mereço tais palavras…

º Quando estou orgulhosa dos meus pais e do meu irmão (sempre)… e penso que, um dia, posso perde-los…

º Por fim (espero não esquecer-me de nada…) quando me magoam profundamente… como já me tem acontecido, e penso que todas as pessoas me querem fazer mal…

Coisas que nos aborrecem no Verão...

Vou falar daquelas típicas situações do género: 'estás imenso tempo à espera de comprar qualquer coisa, e essa mesma coisa que queres comprar esgota porque a pessoa que está à tua frente na fila levou a última...' Mas situações aplicadas às férias e à praia...

1º - O mais comum: esquecer-se de alguma coisa em casa...

2º - Não encontrar sítio para estacionar o carro...

3º - Sair cedo de casa para apanhares um bom local no areal e, quando chegas, reparas que a praia já está cheia...

4º - Por não teres encontrado um bom lugar, tens de ficar mesmo à beira de uma família que tem filhos hiperactivos (atiram-te areia para a toalha, acertam-te com a bola, enfim...) ou de um grupo de pessoas que não para de falar (com um tom de voz elevado)...

5º - Ou então, chegas à praia e está um vento descomunal e não te lembraste de levar o para-vento...

6º - Ou ainda: chegas à praia e quando já estás deitado na toalha, começa a chover...

7º - No meio de tanta confusão e de tanto barulho, adormeces (ao sol...) e, quando acordas, tens a marca da toalha na cara e tens o corpo todo vermelho (apanhaste um escaldão!)

8º - Com tanto calor... vais tomar banho e, quando chegas à água, olhas para o posto do nadador-salvador e está bandeira vermelha...

9º - Ou então, estás à beira-mar e reparas que a água está cheia de algas... tens de ir para outro sítio...

10º - Chegas do banho e sacodes a toalha, quando estás quase a deitar-te, passa alguém e atira-te areia... tens de voltar a repetir o processo...

11º - Ao entrares no carro, reparas que alguém o riscou de uma ponta a outra...

12º - Por último, pensas que o escaldão que tinhas era apenas de cor (só estava vermelho, não ia doer..), mas depois de tomares banho em casa... vestes uma camisola e começa a doer-te... Tens a roupa colada ao corpo!


São situações destas que nos aborrecem todos os anos no Verão... Situações nas quais 'perdemos os sapatos', neste contexto: perdemos a paciência, ficamos realmente irritados!

3... 2... 1... Bem Vindos!

O meu nome é Débora Patrícia Alfaya Ferreira. Deverão perguntar-se: ‘Alfaya? Que apelido é este?’. Tem uma resposta fácil: tenho dupla nacionalidade, portuguesa e espanhola (o meu pai é português e a minha mãe espanhola). Nasci no dia 23 de Abril de 1990, às 07h10 da manhã, no Hospital Distrital de Viana do Castelo, sendo que a minha residência se localiza numa das mais recentes cidades portuguesas, Valença do Minho. Sou estudante do 2º ano de Criminologia na Faculdade de Direito da Universidade do Porto. O desenho é uma das minhas paixões. Talvez por isso sempre me disseram, durante a o tempo de escola secundária, que deveria ter ido para Artes ou para Ciências, deveria estar em todos os cursos que não o meu, Humanidades. Adoro animais, sobretudo cães. Dói-me ver um cão abandonado, magoado ou maltratado. Estou a tentar aprender a tocar guitarra, apesar do tempo disponível ser pouco. A música é a banda sonora da minha vida: gosto de diferentes tipos de música, e cada um adequa-se ao meu estado de espírito. Sou sonhadora e talvez por isso tenha muitas desilusões… Sonho com um mundo cor-de-rosa, que no fundo é, apenas, a máscara da crueldade. Acredito na amizade acima de tudo, na lealdade, na confiança e… na verdade. Acredito na perfeição (Cristiano Samuel Bernardino Pereira)!

Após esta breve caracterização, os posts que se vão seguir serão do meu antigo blog, com o mesmo nome, traduzido em espanhol (He perdido los zapatos).
Mas antes disso, devo explicar a origem do nome do blog, I've lost my shoes (perdi os sapatos, em português). Todos os dias surgem situações que nos podem deixar embaraçados, confusos, solitários, cansados. Eu sugiro que cada vez que isto acontece digamos que ‘perdemos os sapatos’. Perdemos os sapatos, a nossa maneira de sonhar, o meio para alcançar os nossos objectivos, a vontade de amar aqueles que nos são próximos. Isto não significa que não se possam dar situações opostas, isto é, se ‘encontrarmos’ os nossos sapatos.
Encontrarão vocês os vossos sapatos?